Rui Tavares, fundador do Partido “Livre” é
escritor, tradutor, historiador, ex-deputado europeu e político.
Universalismo, Liberdade, Igualdade, Socialismo, Ecologia,
Europeísmo, são os princípios do Livre, constantes da Declaração de Princípios
aprovada a 16 de Novembro de 2013, assumindo que o seu lugar é no meio da
esquerda.
Legalizado pelo Tribunal Constitucional a 19 de Março de
2014, nasceu em 2013, na sequência do Manifesto para uma Esquerda Livre.
Partilhemos
algumas das ideias defendidas no decurso da Conferência:
Considerando
crucial saber qual o caminho que se quer fazer como país, para construirmos o
futuro, foi a constatação com que Rui Tavares iniciou a exposição das suas
ideias.
Defende que
quando o campo de batalha muda, é importante quem o sabe ler, já que não
teremos sido preparados para certas mudanças que se foram impondo.
Numa sociedade que não está bem preparada em termos
democráticos há conflitos latentes que cedo ou tarde se manifestarão.
Constata que há conquistas democráticas que estão em causa. A
educação de qualidade é uma delas, tratando-se dum sonho que foi partilhado no
25 de Abril que está comprometido, quando não em perigo, reconhecendo que há um
risco evidente num estado de bem-estar e que o estado social e o estado de
direito se comprometem mutuamente.
Ora, com tudo aquilo que não afectou apenas a essência da
política à superfície, mas também na profundidade, a fazer caminho, os
fundadores da democracia escolheram valorizar a cultura democrática. Os
partidos “desdemocratizaram-se” através da disciplina de voto, uma vez que a
cultura democrática se sobrepõe, regra geral, à cultura parlamentar.
A democracia está
madura mas os partidos são porteiros que deixam ou não entrar para o seu seio
novos elementos.
Levado ao extremo, poderia concluir-se que há 500 eleitos escolhidos por 5
pessoas! E isso dá pouca pluralidade à
democracia!
Assumindo
que o contrário da disciplina de voto é a responsabilização de voto, afirma que
a lógica executiva mudou por conta da lógica europeia.
Clama pela importância de se ter voz no Conselho Europeu e no
Conselho da União Europeia e tem para si que eleger representantes permanentes
no Conselho da União Europeia é uma reforma estratégica.
Actualmente são 2 diplomatas de carreira. Se não fossem
eleitos directamente ao menos que o fossem entre os eleitos para a Assembleia
da República.
Com Portugal a assumir o 1º lugar entre os países europeus na
morosidade da justiça, dá como exemplo a Noruega, em que um processo cível, não
criminal, demora 3 semanas. No nosso país são também 3 mas anos!
Sustentando que a reforma da justiça teria um impacto muito
mais positivo que a económica, alude aos julgados de paz como uma boa solução
nesta área.
Concluindo que na área legislativa (parlamento e partidos)
temos uma sociedade que não soube adaptar-se, defende na executiva um papel
percursor e na justiça mais celeridade e proximidade.
Mas também a sociedade
civil tem a obrigação de ser mais inclusiva e mais participativa, clamando para
que sejamos mais atrevidos e mais abertos, mais de nós para nós!
Elegendo fundamental que as opções se tornem soluções, alude
a propósito do preocupante nível de desemprego jovem, numa mudança crucial de
paradigma em matéria de educação, devendo as universidades garantir uma
formação suficientemente ampla que habilite a uma preparação para áreas
diferenciadas ao longo de 40 anos de vida profissional, habilitando os
formandos para distintos desafios profissionais.
26 de Março de 2015, 21H00, Auditório da Casa da Juventude
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