É lamentável que o Deputado
e Vice-Presidente da Comissão Política Nacional, que liderou a lista do PSD/CDS
à Câmara Municipal de Sintra, tenha suspendido o mandato logo após a tomada de
posse e agora tenha renunciado.
Esta atitude do PSD e do
próprio confirmam que a rejeição da candidatura liderada por Marco Almeida,
unanimemente aprovada pelas bases da Secção de Sintra, para além de violar os
Estatutos do Partido, mais não visava do que afastar um militante incómodo por
não ser apoiante nem das actuais lideranças nacional e distrital, e assim
permitir que um conjunto de elementos válidos e com provas dadas ao serviço dos
sintrenses, viesse a ser substituído por seguidistas de Pedro Passos Coelho.
Para tanto era necessário
inventar um cabeça de lista com peso partidário e assim indigitaram Pedro
Pinto, como se sabe pessoa alheia a Sintra e desconhecida pela grande maioria
dos eleitores. Em suma funcionou como uma mera “barriga de aluguer”...
O resultado é conhecido: o
PSD teve um resultado desastroso e favoreceu objectivamente a vitória do PS. O
importante para o PSD não era ganhar mas sim impedir o sucesso de Marco
Almeida, o que conseguiu apesar do resultado muito expressivo deste, que apenas
ficou a cerca de um ponto percentual do PS.".
Com a renúncia ao mandato de
Vereador, eximindo-se a assumir as suas responsabilidades confiadas pelos
(poucos) eleitores que nele apostaram, Pedro Pinto contribui decisivamente para
agravar a imagem muito negativa que o PSD deixou junto dos sintrenses neste
processo eleitoral.
Por outro lado, a aceitação
de pelouros (subalternos) pelos dois Vereadores do PSD em exercício, permitem a
ilação de que o importante não seria ganhar mas sim, para além de afastar Marco
Almeida, obter um quinhão do poder municipal.
Para se manter na coligação
que governa Sintra, o PSD tem assumido posições no mínimo escandalosas e absurdas.
Foi o que sucedeu na Assembleia Municipal do passado dia 10 de Abril, em que os
Deputados Municipais do PSD votaram favoravelmente uma moção subscrita pelo PS
de saudação ao 25 de Abril e ao 1º de Maio. Não seria de admirar tal postura se
não fossem as virulentas referências críticas que o texto votado dirige ao
Governo, como sejam “vivemos num tempo cinzento em que urge derrubar a ditadura
da austeridade, esse dogma que se pretende impor a nações inteiras com a mesma
violência com que outrora se impuseram outras ideias totalitárias”, “voltamos a
ter crianças com fome dentro das salas de aula”, “os idosos têm de optar entre
comprar remédios ou ter dinheiro para comer”, “os salários e pensões são
retalhados sem dó nem piedade, enquanto os direitos adquiridos de grandes
corporações são considerados intocáveis”, etc. E não venham sustentar que
apenas votaram a saudação às referidas efemérides, pois não podem ignorar a
integridade do texto. Nem sequer pediram uma votação separada que lhes
permitisse votar contra o parágrafo que desancava o Governo...
Quando ouvimos a leitura
deste texto, desde logo imaginámos que os Deputados do PSD votariam contra e os
Vereadores abandonariam de imediato a coligação face a um texto que não
poderiam deixar de considerar uma grave afronta do PS, parceiro de coligação.
Não foi isso que sucedeu: votaram favoravelmente e continuaram impávidos e
serenos nas cadeiras do poder que ocupam. Nunca visto! Uma vergonha a
acrescentar à renúncia de Pedro Pinto.
António Capucho,
Líder
do Movimento na Assembleia Municipal de Sintra
Sintra,
2014.04.21
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