"Como
sabem, sou um homem simples, mas, na verdade, o meu último ano como autarca
desta freguesia, que tanto amo como se fosse a minha terra natal, ter
coincidido com a celebração do foral manuelino desta nossa vila de Colares enche-me
de orgulho, pois 500 anos, meio milénio, é, sem dúvida, uma data para nunca
esquecer, ainda que esta vila tenha perdido o estatuto de sede concelhia há
quase dois séculos.
Não
importa, pois trata-se de um mero estatuto administrativo e não é isso que
constrói a fibra dos colarenses. A fibra está-nos no sangue, nas mãos calejadas
da enxada e da tez enrugada ao sol que amadurece as uvas do nosso vinho único,
está-nos também na vitalidade das associações humanitárias, culturais, recreativas
e desportivas que prosperam nesta terra de gente laboriosa.
Foral de
Leitura Nova como é conhecido pela História, mas, para o nosso povo, constituiu
muito mais, constitui, sem dúvida, a nossa memória que o tempo não há-de apagar
e, ao fim destes muitos e gratificantes anos – uns mais difíceis do que outros,
é certo – que já levo como vosso Presidente desta nossa Junta de Freguesia de
Colares, faço meus os versos do saudoso José Fernandes Badajoz, o nosso “Poeta
Cavador”:
Entre vinhas e pomares
Vejo a Vila de Colares
Minha linda freguesia.
O foral –
que é também um documento muito bonito – reconheceu já, naquela época antiga, o
brio com que a nossa gente saloia cultivava a terra: as maçãs reinetas, os
morangos, os pêssegos rosa e as hortas regadas pela água da ribeira de Colares.
Foi na altura uma honra, tal como hoje, nos honramos por poder celebrá-lo com a
dignidade que merece.
E aqui
não posso deixar de expressar o orgulho da minha gratidão quando vejo a nossa
comunidade reunida em torno desta festa. Por isso, estamos todos de parabéns.
Viva
Colares!"
Rui Santos,
Presidente da Junta de Freguesia de Colares.
Presidente da Junta de Freguesia de Colares.
Sem comentários:
Enviar um comentário