domingo, novembro 20, 2016

ARTIGO DE OPINIÃO "500 ANOS DO FORAL MANUELINO DE COLARES"

"Como sabem, sou um homem simples, mas, na verdade, o meu último ano como autarca desta freguesia, que tanto amo como se fosse a minha terra natal, ter coincidido com a celebração do foral manuelino desta nossa vila de Colares enche-me de orgulho, pois 500 anos, meio milénio, é, sem dúvida, uma data para nunca esquecer, ainda que esta vila tenha perdido o estatuto de sede concelhia há quase dois séculos.
Não importa, pois trata-se de um mero estatuto administrativo e não é isso que constrói a fibra dos colarenses. A fibra está-nos no sangue, nas mãos calejadas da enxada e da tez enrugada ao sol que amadurece as uvas do nosso vinho único, está-nos também na vitalidade das associações humanitárias, culturais, recreativas e desportivas que prosperam nesta terra de gente laboriosa.

Foral de Leitura Nova como é conhecido pela História, mas, para o nosso povo, constituiu muito mais, constitui, sem dúvida, a nossa memória que o tempo não há-de apagar e, ao fim destes muitos e gratificantes anos – uns mais difíceis do que outros, é certo – que já levo como vosso Presidente desta nossa Junta de Freguesia de Colares, faço meus os versos do saudoso José Fernandes Badajoz, o nosso “Poeta Cavador”:

Entre vinhas e pomares
Vejo a Vila de Colares
Minha linda freguesia.

O foral – que é também um documento muito bonito – reconheceu já, naquela época antiga, o brio com que a nossa gente saloia cultivava a terra: as maçãs reinetas, os morangos, os pêssegos rosa e as hortas regadas pela água da ribeira de Colares. Foi na altura uma honra, tal como hoje, nos honramos por poder celebrá-lo com a dignidade que merece.

E aqui não posso deixar de expressar o orgulho da minha gratidão quando vejo a nossa comunidade reunida em torno desta festa. Por isso, estamos todos de parabéns.

Viva Colares!"

Rui Santos,
Presidente da Junta de Freguesia de Colares.

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