Na reunião
de Câmara do dia 10 de maio apresentámos uma moção sobre a necessidade reforçar
os meios afetos às Comissões de Proteção de Crianças e Jovens. Foi aprovada por
unanimidade.
Conheça aqui o teor da mesma:
“Considerando
a denúncia recentemente divulgada (25/4) sobre o agravamento da falta de
técnicos nas Comissões Municipais de Proteção de Menores, feita pela Procuradora
Geral Distrital de Lisboa num relatório relativo a 2014/2015;
Considerando
que no cômputo geral, mais duma centena de técnicos que trabalhavam nas
Comissões de Proteção de Menores teriam sido retirados, apontando graves
deficiências no funcionamento de algumas Comissões em particular, com reflexos
claros, que remeteriam para “(…) uma generalizada falta de revisão atempada das
medidas de protecção”, o que não pode deixar de suscitar fundada apreensão;
Considerando
que o relatório subscrito pela referida Procuradora, destaca um “grande
adormecimento”, ou seja, inactividade de muitas comissões alargadas;
Considerando
que Sintra, pela manifesta falta de recursos - apesar do empenho da Câmara
Municipal de Sintra na colocação de meios de apoio ao seu funcionamento - é um
dos casos visados, na medida em que se recenseia a existência de 23 técnicos,
nem todos a tempo inteiro e divididos por duas comissões, para um cúmulo de
processos que em 2015 teria ultrapassado os 3.200;
Considerando
que em face desses números, o rácio resultante corresponderia a 150 processos
por técnico;
Considerando
ainda que é feita uma extrapolação relativamente ao número de processos
transitados para este ano, quase tantos como os que tinham entrado de novo em
2015 e apontando-o como consequência da situação identificada, mesmo se tal não
nos parece uma conclusão linear;
Considerando
que carências desta natureza, - na linha, aliás, da dos funcionários judiciais
que sinalizámos em anterior Moção -, provocam um desequilíbrio insustentável
pelo volume processual em causa e que mesmo com a incontestável entrega,
disponibilidade e sentido de serviço público que são apanágio dos membros da
Comissão Restrita e também da Comissão Alargada, haverá aquela de gerar
consequências ao nível da morosidade dos processos, para além de exercer uma
pressão desumana sobre quem tem que fazer muito mais do que deveria em
condições muito difíceis e com implicações inevitáveis ao nível da sua
permanência por um período muito alargado de tempo nestas funções;
Considerando
que a realidade social e as disfunções familiares que são por elas geradas
exigem que se dotem as estruturas de protecção e salvaguarda dos direitos das
crianças e jovens de condições distintas das que pareciam ideais noutro
contexto temporal, uma vez que é de um outro paradigma que se trata;
Considerando,
assim, que importa, reformular o peso assumido pelas entidades representadas na
Comissão Restrita, ou seja, aumentar o número de membros afectos por cada uma
delas, numa lógica de maior co-responsabilização, para fazer face a um também
crescente número de solicitações de intermediação das Comissões de Proteção;
Considerando
que a atempada intervenção e a definição das medidas de protecção são
determinantes em matéria de equilíbrio familiar e de salvaguarda do superior
interesse da família, que não se compadecem com atrasos derivados de carências
de meios, já que tal pode revelar-se danoso para o bem-estar da criança/jovem;
Considerando,
pelo que fica exposto, que se reconhece como absolutamente crucial que se
garantam as melhores condições para imprimir a celeridade possível na regulação
da vida dos intervenientes e que importa dotar as CPCJ’s Sintra Ocidental e
Sintra Oriental de mais recursos para fazer face a um volume processual
preocupante;
Temos a honra de propor:
Que a Câmara
Municipal de Sintra, na sessão ordinária realizada no dia 10 de Maio de 2016,
delibere:
- Exigir ao
Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social a reposição dos
funcionários em falta nas CPCJ’s Sintra Ocidental e Sintra Oriental, com vista
a assegurar o seu normal funcionamento;
- Assegurar
a representação na Comissão Restrita de um elemento do IEFP, pelo apoio
imprescindível que poderia ser dado em matéria de emprego e formação
profissional às famílias e aos próprios jovens, atendendo aos défices
sinalizados
nesta área,
os quais são a todos os títulos determinantes para redesenhar projectos de vida
conjuntos.”
Aos 10 de
Maio de 2016
Os
Vereadores pelo Movimento Independente Autárquico
“Sintrenses
com Marco Almeida”
Sem comentários:
Enviar um comentário